<$BlogRSDUrl$>

30.5.04

O ideal de separar informação de opinião é um ideal, quer dizer, existe na condição de nunca ser completamente atingido.
(Carlos Lacerda)

Fala aí!

Bucolismo  



Acordo no meio da madrugada
Só para observar o choro da lua
Que cobre o capim de orvalho

Edison Veiga Junior
ouvindo Legião Urbana, aquele CD ao vivo recém-lançado, presente da namorada

Fala aí!

23.5.04

Roubei isso do Catarro. Mas não dá pra acreditar que no saite oficial da Casa Branca há uma página para o cachorro do presidente cachorro.


É muito ridículo. Tem uma espécie de diarinho fotográfico da criatura!

Fala aí!

22.5.04

É claro que já faz tempo que os caras atualizaram lá mas eu esqueci de avisar. Então, com atraso, crônica nova minha nos Anjos. Vai lá ver.

Ps.: Tem uma mensagem subliminar nessa. Quem descobrir ganha... deixe-me ver... ganha um ano de acesso grátis ao un_espirro!

Fala aí!

20.5.04

Qual a diferença entre jornalismo e literatura?
O Jornalismo é ilegível, a literatura não é lida

(Oscar Wilde)

Fala aí!

A Ditadura do Quarto Poder  

Muito se discute sobre como a disputa pela maior fatia do Ibope influencia a programação. Tem-se a impressão, dado esse fato, que o telespectador é quem determina o que passa na telinha. Como se o público fosse senhor supremo e mandasse mais que qualquer chefe executivo de uma Rede Globo da vida.

A alegoria acima pode ser transposta sem prejuízo para as outras mídias. A "Folha de S. Paulo", por exemplo, não esconde de ninguém que, ao contrário de seu maior concorrente, o "Estadão", faz de tudo para acompanhar o gosto do leitor, evoluindo ideologicamente (ou seria melhor dizer "pragmaticamente"?) de acordo com seu público. São tempos de mercado-livre.

Entretanto, ouso convidá-lo a acompanhar-me num raciocínio inverso. Da mesma forma que podemos afirmar ser o público o grande programador temático dos meios de comunicação, podemos afirmar que o público tem suas opiniões formadas através do que a mídia lhe impõe. Ou seja: o povão já está preso, há muito, nesse círculo vicioso. Ele pede, sim, para assistir ao Ratinho ? mas o seu gosto pelo Ratinho já foi formado de antemão pela própria mídia.

Isso posto, voltemos à mídia como formadora e controladora de opiniões. Num país que se diz democrático, tal fato parece muito saudável, à medida que se espera haver também uma pluralidade ética, estética e temática nos meios de comunicação. Espera-se haver uma grande variedade quantitativa e qualitativa na mídia. Certo, né?

Errado. Infelizmente - e a tendência é mundial - os meios de comunicação estão cada vez mais nas mãos de grandes conglomerados. São meia-dúzia de empresas gigantes controlando a opinião das massas, quando determinam a agenda-setting. São meia-dúzia de empresas gigantes determinando que roupa você vai usar, quem será seu próximo presidente, que música você vai ouvir, o que vai ser notícia e, pasme!, até mesmo qual o programa você vai querer assistir. Em suma, estão controlando suas vontades. E você se achando o poderoso do controle remoto...


O mais apocalíptico deste começo de século, contudo, é a presença de capitais estrangeiros na mídia nacional. Esse golpe capitalista tem tudo pra ser a última tacada no processo de aculturação, ou colonização cultural, que estamos sofrendo desde que a primeira calça jeans aqui aportou. Ou ainda, sendo mais radical, desde que o primeiro espelhinho foi trocado por algumas toras de pau-brasil.

Os dólares são bem-vindos porque muito atraentes, verdinhos. Chegam como uma salutar proposta salvífica para uma mídia falida que perdeu até as roupas de baixo nos difíceis anos 90. Mas, a longo prazo, o que isso pode representar?

Por enquanto só dá pra perceber, em matéria de fusão, muita confusão. Não sou profeta.


Não é só no campo que o Brasil precisa fazer uma completa e urgente reforma agrária. Mais nocivos parecem ser os latifundiários dos meios de comunicação: os descendentes de Marinho e mais alguns eupátridas que controlam todos os meios de comunicação nacionais.

Tomemos como exemplo a Rede Globo: jornais, revistas, rádios, TV, livros, Internet... Aí fica mais fácil compreendermos o exposto naquele clássico documentário produzido pelo Canal 4 de Londres ("Beyond the Citizen Kane"), onde o falecido Dr. Roberto Marinho é mostrado como verdadeiro dono do Brasil, mandando e desmandando.

Mas minha grande dúvida - que este texto não vai responder - é apontar uma solução para o problema da concentração dos meios de comunicação nas mãos dessa minoria de poderosos. O Fórum Social Mundial de 2003, em Porto Alegre, dentre suas infindáveis utopias, fazia apologia às rádios e TVs comunitárias. À primeira vista, parece ser uma boa idéia. Contudo, na prática, esses meios de comunicação alternativos têm ficado nas mãos de grupos políticos ou religiosos, pouco mudando a realidade perniciosa da mídia brasileira.

Parece que a solução continua sendo um soluço bem grande. Soluço de desespero.

Edison Veiga Junior
ouvindo a trilha de um filme qualquer

Fala aí!

12.5.04

Este blogservatório da imprensa, como diria o Vinícius, está fechado para o almoço.

Fala aí!

10.5.04

Se é difícil governar com a imprensa livre, sem ela é impossível.
(Carlos Lacerda)

Fala aí!

(Ainda não pensei num título)  

Às vezes eu queria me transformar, só um pouquinho, num átomo que pudesse se locomover zil vezes mais rápido que a velocidade da luz e, mesmo assim, não tivesse o incômodo de quebrar a barreira do tempo.

Cruzaria rapidamente a fronteira da nossa exosfera e viajaria por toda a extensão do Sistema Solar. Trombando com poeira cósmica de todas as naturezas iria começando a desvendar os mistérios do mundo (quando voltasse à minha pálida condição humana teria muito o que desmentir da Ciência tal e qual a conhecemos!).

Escorregaria sorrateiro pelos poéticos anéis de Saturno e faria um boneco de neve no gélido Plutão. Mas não teria tempo a perder: em breve átimo, ainda que redundante a expressão reforça minha velocidade exponencial, ultrapassaria os limites da Sistema Solar e meu trajeto agora seria contrário ao da Via Láctea.

Divertido banhar-me no leite de nossa galáxia, mas minha missão é maior. Em poucos segundo desvencilhar-me-ia de quaisquer resquícios da existência humana, desbravando como herói a tênue barreira que delimita a Via Láctea.

Em minha volta veria o quase nada absoluto, não fossem as partículas de caos que darão origem a novos corpos celestes. A centenas de milhares de anos-luz da onde estaria, poderia contemplar reduzidos pontos que são nada mais nada menos que bilhares de outras galáxias provando que jamais estivemos sós.

Mas o Universo une versos e é grande demais! Feito um poeta que dribla nuvens e constrói anjos no ar, caminharia iridescente pelas alamedas vazias do vácuo que estaria me circundando. Quereria buscar o fim disso tudo, saciar a minha inata curiosidade de saber o que há do lado de fora do Universo!

Seguiria sempre pela mesma direção, ainda que não saiba se é Norte o Sul, pois na imensidão espacial tais convenções não se justificam. Meu corpo soerguer-se-ia calmamente pois seria muito bom sentir que não há mais tempo nem espaço. Mas meu objetivo é chegar mais longe: o que há onde nem vácuo existe?

Depois de zilhares e zilhares de anos-luz chegaria numa parede invisível. Bem fininha, uma película suave e delicada o suficiente para que jamais seja rompida. Abriria uma fenda por onde pudesse passar e me depararia com as mãos de Deus.

- TRI TRI TRI TRI TRI TRI TRI! ? o despertador toca, mais um dia. Planeta Terra.


Edison Veiga Junior
ouvindo uma coisa bem legal

Fala aí!

6.5.04

O poder da imprensa consiste em que todo indivíduo que para ela trabalha sente-se muito pouco comprometido e vinculado. Em geral ele diz sua opinião, mas ocasionalmente não a diz, para ser útil a seu partido, à política de seu país ou a si mesmo.
(F. Nietzsche)

Fala aí!
Todo dia eu me esqueço de avisar. Já atualizaram lá a página dos Anjos de Prata. Tem texto meu. Sobre lua. Esta lua mesmo que você está pensando: rechonchuda no céu mas com furinhos quem nem um queijo suíço, onde São Jorge mora com o Dragão.

Fala aí!

Máximas Nietzscheanas  


A fé não move montanhas. Na verdade coloca montanhas onde não há nenhuma.

Cristo morreu pela sua própria culpa e não pela culpa dos outros.

A ânsia de igualdade pode se expressar tanto pelo desejo de rebaixar os outros até seu próprio nível (diminuindo, segregando, derrubando) como pelo desejo de subir juntamente com os outros (reconhecendo, ajudando, alegrando-se com seu êxito)

O amor é o estado em que os homens vêem as coisas como elas não são.

É traço de uma cultura grosseira fazer calar alguém tornando visível a brutalidade, suscitando o medo.

Convicções são inimigas da verdade mais perigosas que as mentiras.

Criticamos mais duramente um pensamento quando ele oferece uma proposição que nos é desagradável; no entanto seria mais razoável quando sua proposição nos é agradável.

É a partilha da alegria e não do sofrimento, o que faz o amigo.

Se não tivesse a compensação da gratidão, o poderoso teria se mostrado sem poder e depois seria visto como tal.

Chamar alguém de divino significa dizer: aqui não precisamos competir. E além disso: tudo o que está completo e consumado é admirado, tudo o que está vindo a ser é subestimado.

Havendo a escolha deve-se preferir um grande sacrifício a um pequeno: pois compensamos o grande sacrifício com a auto-admiração, o que não é possível no caso do pequeno.

Aquele que vive de combater um inimigo tem interesse em que ele continue vivo.

A coisa obscura e inexplicada é vista como mais importante do que a clara e explicada.

Existem almas servis que levam a tal ponto o reconhecimento por benéficos, que estrangulam a si mesmos com o laço da gratidão.

Homens grosseiros que se sentem ofendidos costumam ver o grau de ofensa como o mais alto possível, e relatam a sua causa em termos bastante exagerado, apenas para poder se regalar no sentimento de ódio e vingança.

Não se ataca apenas para fazer mal a alguém, para derrotá-lo, mas talvez simplesmente para tomar consciência da própria força.

Em todo partido há alguém que ao enunciar com demasiada fé os princípios do partido, estimula os demais à apostasia.

A boa índole, a amabilidade, a cortesia do coração (vindos do impulso
altruísta) contribuíram mais para a cultura do que a compaixão, misericórdia e sacrifício (vindas do mesmo impulso)

Ouvimos apenas as questões para as quais somos capazes de encontrar resposta.

A - Como? Você não quer imitadores?
B - Não quero que façam conforme o meu exemplo; quero que cada um faça seu próprio exemplo, como eu.
A – Ah, é assim?

O que em geral se consegue com o castigo, em homens e animais, é o acréscimo do medo, a intensificação da prudência, o controle dos desejos; assim o castigo doma o homem, mas não o torna melhor.

Freqüentemente os homens se relacionam com seus príncipes como fazem com seu deus, o príncipe tendo sido muitas vezes o representante do deus, seu sumo sacerdote, pelo menos.

É fácil dar a receita para o que a massa denomina grande homem. Em qualquer circunstância, arranjem-lhe algo que lhe seja agradável, ou lhe ponham na cabeça que isto ou aquilo seria muito agradável e lhe dêem tal coisa.

Em todas as instituições em que não sopra o ar cortante da crítica pública, uma inocente corrupção brota como um fungo (por exemplo, nas associações eruditas e senados)

Diga-se de passagem que o problema dos judeus existe apenas no interior dos Estados nacionais, na medida em que neles a sua energia e superior inteligência, o seu capital de espírito e de vontade, acumulado de geração em geração em prolongada a escola de sofrimento, devem preponderar numa escala que desperta inveja e ódio, de modo que em quase todas as nações de hoje – e tanto mais quanto mais nacionalista é a pose que adotam - aumenta a grosseria literária de conduzir os judeus ao matadouro, como bodes expiatórios de todos os males públicos e particulares.

Quando a questão não for mais conservar as nações, mas criar uma raça européia que seja a mais vigorosa possível, o judeu será um ingrediente tão útil e desejável quanto qualquer outro vestígio nacional.

Muitos são obstinados em relação ao caminho tomado, poucos em relação à meta.

O aborrecimento é uma doença física que não é suprimida pelo fato de seu motivo ser eliminado.

Gostamos muito de estar em plena natureza, porque ela não tem opinião alguma sobre nós.

Ninguém morre de verdades mortais atualmente: há antídotos demais.

Quem pensa mais profundamente sabe que está sempre errado, não importa como proceda e julgue.

O erro fez dos animais homens; a verdade seria capaz de tornar a fazer do homem um animal?

A necessidade férrea é uma coisa acerca da qual os homens aprendem, no curso da história, que não é férrea nem necessária.

Quem pensa muito e pensa objetivamente, esquece com facilidade as próprias vivências, mas não os pensamentos por elas suscitados.

Pertencemos a uma época cuja civilização corre o perigo de ser destruída pelos meios da civilização.

A fantasia do medo é aquele perverso simiesco duende que pula sobre as costas do homem quando ele carrega justamente o fardo mais pesado.

É para com o seu Deus que as pessoas são mais desonestas: ele não tem o direito de pecar.

Se se tiver caráter tem-se também uma vivência típica e própria que sempre se repete.

Uma alma que se sabe amada, mas que por sua vez não ama, denuncia o seu fundo: vem a superfície o que nela há de mais baixo.

Maturidade do homem: significa ter-se reencontrado a seriedade que se tinha nas brincadeiras de infância.

Quem em prol da sua boa reputação, não se sacrificou já uma vez a si próprio?

As grandes épocas de nossa vida são aquelas em que adquirimos a coragem de considerar como o nosso melhor aquilo que em nós há de mau.

Em última análise, amam-se os nossos desejos e não o objeto de nossos desejos.

Falar muito de si mesmo pode ser também um meio de se esconder.

Há uma exuberância na bondade que parece ser maldade.

Ele desagrada-me. Por que? "Não estou a sua altura" - alguma vez um homem respondeu assim?

As familiaridades de um homem superior irritam por não poderem ser retribuídas.

Não se odeia quando pouco se preza, odeia-se só o que está à nossa altura ou é superior a nós.

A objeção, o desvio, a desconfiança alegre, a vontade de troçar são sinais de saúde: tudo o que é absoluto pertence à patologia.

É o abdômen que impede o homem de se considerar facilmente um Deus.

Quem luta com monstros deve velar porque, ao fazê-lo, não se transforme também em monstro. E se tu olhares, durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti.

A loucura é rara nos indivíduos - mas é a regra nos grupos, nos partidos, nos povos, nas épocas.

Friedrich Nietzsche, especial para o un_espirro.
(Tá bom, foi mentira!)
Friedrich Nietzsche, trechos retirados dos livros: Humano, demasiado humano; AntiCristo; Crepúsculo dos Ídolos; Gaia
Ciência; Genealogia da Moral

Fala aí!

1.5.04

Antes que alguém me pergunte: Não, o inferno ainda não voltou a funcionar!

Fala aí!
Você tem dois tipos de jornalistas. Os que fazem jornalismo e os que ensinam. Escolha.
(Helio Costa)

Fala aí!

imbróglio ou embrulho  



Um dia, ou uma noite, não sei ao certo porque não vi, estavam todos os nove gnomos cor-de-abóbora deitados ao sol do meio-dia, ou à lua da meia-noite, não sei ao certo porque não vi, me contaram, e eles diziam sem parar bom dia, ou boa noite, não sei ao certo porque não vi, me contaram, mas eu dou fé, e começaram todos a tentar esquecer a pequenez daquele dia, ou daquela noite, não sei ao certo porque não vi, me contaram, mas eu dou fé, fonte confiável, só que não é nada fácil conseguir esquecer todo um dia, ou uma noite, não sei ao certo porque não vi, me contaram, mas eu dou fé, fonte confiável, não tem nem como contestar.

Edison Veiga Junior, ainda estudante de jornalismo
ouvindo Gilberto Gil neste ridículo feriado do trabalho quando ninguém trabalha

Fala aí!

This page is powered by Blogger. Isn't yours?